A CONFIABILIDADE HISTÓRICA DA BÍBLIA

A Confiabilidade Histórica da Bíblia 
Os documentos do Novo Testamento são confiáveis?

Lucas é um historiador completo. Por exemplo, no capítulo 3 Lucas nos informa com grande especificidade, “E NO ano quinze do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos presidente da Judéia, e Herodes tetrarca da Galiléia, e seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca de Abilene, Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias” (Capítulo 3; 1-2).

Tibério tornou-se imperador em Agosto, no ano 14 D.C., e provavelmente Lucas empregou o método de cálculo utilizado na Síria. Seu décimo quinto ano teria iniciado de setembro a outubro do ano 27 D.C..

O Quarto Evangelho, o Evangelho de João, menciona três Páscoas desde o batismo de Jesus por João até Sua crucificação (João 2:13, João 6:4; João 11:15), a Última Ceia celebrada antes da Festa da Terceira Páscoa (João 13:1).

A terceira Páscoa do ano 27 D.C. teria sido no ano 30 D.C.. É por isso que geralmente se concorda que a crucificação de Cristo aconteceu provavelmente no ano 30 D.C..

Segundo as opiniões dos eruditos, quando os evangelhos do Novo Testamento foram escritos?

Saber quando os Evangelhos do novo Testamento foram escritos é importante já que a memória de uma testemunha de um evento se desvanece com o tempo. Os eventos são mais precisamente registrados se são anotados quando ainda recentes na mente daqueles que os testemunharam. Se a informação é atenuada, com o passar do tempo a probabilidade de erro em relação ao ocorrido aumenta.

O Evangelho de Lucas, segundo opiniões correntes, foi escrito pelo mesmo autor de Atos dos Apóstolos, que se refere a Lucas como o “primeiro relator”. Por exemplo, ambos estão endereçados a “Teófilo”. Ambos têm estilo e vocabulário similares. O Historiador Colin Hemer fornece todas as seguintes evidências que dão suporte à idéia de que Atos foi escrito entre 60 e 62 D.C..

Não há menção alguma em Atos da queda de Jerusalém em 70 D.C.
A guerra dos judeus do ano de 66 D.C., entre judeus e romanos, não é mencionada.
As perseguições dos Cristãos por Nero no final dos anos 60 D.C. não aparecem.
A morte de Tiago nas mãos do Sinédrio em 62 D.C. registrada por Josefo em “Tempos Antigos do Judeus” também não é mencionada.
A proeminência e poder dos Saduceus em Atos reflete uma prévia ao ano 70, anterior à subseqüente hostilidade a Roma.
Em Atos os Fariseus são tratados com relativa simpatia o que teria sido improvável depois do Conselho de Jamnia e o avivamento fariseu que levou ao recomeço do conflito com o Cristianismo. Este não é o caso no evangelho de Lucas.
Atos parece ter sido escrito anteriormente à chegada de Pedro em Roma.
Atos foi escrito num tempo quando se permitiam gentios, “temerosos de Deus”, na sinagoga, data anterior aos anos 70.
Existe agora uma ampla aceitação das datas primitivas do Novo Testamento.O antigo erudito liberal William F. Albright afirma: “Já podemos dizer enfaticamente que não existe mais nenhuma base sólida para datar qualquer livro do Novo Testamento depois dos anos 80 D.C., duas gerações inteiras antes da data entre 130 e 150 dadas pelos mais radicais críticos do Novo Testamento dos dias atuais” (“Descobrimentos Recentes em Terras Bíblicas” - “Recent Discoveries in Bible Lands” – Enciclopédia Baker de Apologética Cristã, Norman L. Geisler).

Acredita geralmente que o Evangelho de Lucas foi escrito pouco depois de Atos; Mateus pouco depois dos anos 70 D.C.. e João por volta de 100 D.C.. Em seu livro “Modificando a Data do Novo Testamento” - “Redating the New Testament” John A.T. Robinson, uma celebridade ao iniciar o movimento a “Morte de Deus” - “Death of God”, coloca Mateus entre 40-60 D.C., Marcos mais ou menos entre 45-65 D.C., Lucas antes de 57 D.C. e depois de 60 D.C., e João antes de 40 D.C. e depois de 65 D.C.. O Novo Testamento teria sido escrito enquanto as testemunhas estavam vivas assegurando a veracidade dos evangelhos. Em 18 de março de 1972, Jose O’Callahan, um paleógrafo espanhol jesuíta, identificou um fragmento do manuscrito do Qumran como sendo um pedaço do evangelho de Marcos cuja data remonta ao ano 50 D.C.

“A data da escrita do livro de Atos depende da data que nós afixarmos ao terceiro evangelho, o Evangelho de Lucas, pois ambos sãos partes de uma obra histórica, e a segunda parte parece ter sido escrita logo após a primeira. Existem fortes argumentos para datar as duas obras não muito depois dos dois anos da prisão de Paulo em Roma (60-62 D.C.)” (F.F. Bruce, “Os Documentos do Novo Testamento São Confiáveis?” - “The New Testament Documents: Are They Reliable”).

FF. Bruce continua “As datas das 13 epístolas de Paulo podem ser determinadas parcialmente por evidências internas e parcialmente por evidências externas… Existem alguns escritores em nossos dias que rejeitariam Efésios; outros poucos rejeitaram 2 Tessalonicenses; mais alguns outros negariam que as Epístolas Pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito) chegaram à sua forma atual pelas mãos de Paulo. Eu as aceito todas como Paulinas, mas as oito cartas restantes seriam por elas mesmas suficientes para nosso propósito, e a partir delas que os principais argumentos são apresentados em nosso último capítulo sobre ‘A Importância da Evidência de Paulo’.

“Dez das cartas de Paulo que levam seu nome são do período anterior ao final de sua prisão em Roma. Estas dez, em ordem de quando foram escritas, podem ser datadas como se segue abaixo: Gálatas, ano 48; 1 e 2 Tessalonicenses, ano 50; 1 e 2 Coríntios, anos 54-56; Romanos, ano 57; Filipenses, Colossenses, Filemon e Efésios, ano 60.” As Epístolas Pastorais pela estilo e atmosfera histórica que possuem (mudam segundo os estados dos assuntos tratados nas igrejas Paulinas) foram provavelmente compiladas mais tarde do que as outras epístolas de Paulo em 63-65 D.C.. Isto não significa um problema para aqueles que acreditam na segunda prisão de Paulo em Roma no ano 65, tempo em que ele provavelmente foi executado.

F.F. Bruce conclui que o tempo entre os eventos evangelísticos relatados no Novo Testamento e a data em que foram registrados foi curto, dando-lhes confiabilidade como informações que não foram corrompidas com o tempo (nem estariam sujeitas a adornos mitológicos).


Documentos Originais:
Uma multiplicidade de manuscritos associada ao tempo quando o primeiro deles foi criado é uma evidência para uma “cadeia de informações” não contaminada. As discrepâncias entre o manuscrito mais velho disponível e a cópia mais atual do mesmo manuscrito ajudam a determinar a autenticidade do manuscrito disponível mais aceito geralmente.

Teólogos alemães no século 19 argumentaram que o Evangelho de João não havia sido escrito até pelo menos 160 D.C. Por isso os eventos relacionados à vida de Jesus não tinham muito uso histórico.

Um fragmento de papiro, de mais ou menos duas polegadas e meia por três e meia, foi adquirido no Egito em 1920 contendo cinco versículos do décimo oitavo capítulo do evangelho de João.

Em 1934 C.H. Roberts do Saint John’s College, Oxford, reconheceu esta porção do Evangelho de João revisando os papiros existentes na Biblioteca de John Rylands em Manchester. Pelo estilo da escrita ele concluiu que sua origem datava entre 100 D.C e 150 D.C.. Adolf Deissman, um importante paleógrafo, convenceu-se de que o fragmento do papiro era pelo menos da mesma época do reinado de Hadrian, o imperador romano (117-138 D.C.) ou talvez Trajano (98-117 D.C.).

O fato deste fragmento de uma cópia ter sido encontrado ao longo do rio Nilo no Egito, longe de Éfeso, na Ásia Menor, onde João provavelmente escreveu seu evangelho, e aliado ao tempo transcorrido para chegar ao Egito, dá credibilidade a uma escrita mais antiga do Evangelho de João.

Willian F. Allbright atestando sobre uma autoria anterior ao Evangelho de João, afirma que a evidência da comunidade do Qumran mostra que os conceitos, terminologias e os pensamentos do Evangelho de João pertencem provavelmente ao início do primeiro século (‘Descobertas Recentes na Palestina’ da “Enciclopédia Baker de Apologia Cristã”- “Recent Discoveries in Palestine’ from the “Baker Encyclopedia of Christian Apologetics,” Norman L. Geisler). “Graças às descobertas do Qumran, o Novo Testamento prova ser de fato o que se acreditava ser anteriormente: os ensinamentos de Cristo e seus seguidores entre os anos 25 e 80 D.C.,” (‘Da Idade da Pedra ao Cristianismo’ - “From Stone Age to Christianity,” 23).

Manuscritos em Existência

Nós temos 5.664 manuscritos gregos em existência, de 8.000 a 10,000 em latim vulgar e cerca de 8.000 etíopes, eslavos e armênios. (Fonte: Entrevista de Lee Strobel a Bruce M. Metzger em “The Case For Christ”). Tanto o Código do Sinai, ‘The Codex Sinaiticus’, o único completo do Novo Testamento, quanto o Código do Vaticano, ‘Codex Vaticanus’, datam de aproximadamente 350 D.C. e estão todos em letras gregas maiúsculas.

O Novo Testamento é extremamente rico em veracidade de manuscritos se for comparado aos materiais textuais de outras obras históricas antigas.

Citando novamente F.F. Bruce, “For Caesar’s “Gallic War” (escrito entre 58 e 50 a.C) existem ainda vários manuscritos, mas apenas nove ou dez são bons, e o mais velho é de 900 anos depois dos tempos de César. Dos 142 livros da História Romana de Livy (59a.C – 17D.C.) apenas trinta e cinco sobreviveram; destes nós conhecemos não mais que vinte, um dos quais data do século IV e contém fragmentos dos Livros III e IV. Dos catorze livros das “Histórias” de Tácito (100D.C.) apenas quatro e meio restaram; dos dezesseis livros de seus “Anais”, dez sobreviveram inteiros e dois em partes. O texto destes fragmentos que restaram dessas duas grandes obras depende em sua totalidade dos manuscritos, um do século nove e o outro do século onze.”

Conhecemos a ‘A História de Tucides’- “The History of Thucydides” (460-400 a.C) por oito manuscritos que restaram, o mais antigo datando de 900 D.C. e alguns são pedaços de papiros, datando provavelmente do início da era Cristã. O mesmo acontece com a ‘The History of Herodotus’- “A História de Heródoto” (488-428 a.C).

“Ainda assim nenhum erudito daria ouvidos ao argumento de que a autenticidade de Heródoto ou Tucides é duvidosa, já que os primeiros manuscritos de suas obras não foram de utilidade histórica para nós e apareceram 1.300 anos mais tarde do que os originais”.
 

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